domingo, 29 de março de 2009

ZIRABE


Ela cala meus sentidos

e minhas razões

se perdem

entre emoções

eufóricas.

Me ama em alguns instantes,

depois me acusa de mentiras

e desculpas.

Se esquece que assim

caminho para

estradas mais

distintas

de seus passos.

E o sonho, antes

tão real,

se esconde

atrás de egoísmo

e orgulho feridos.

Meu coração nunca

bateu tão ligeiro...

Nunca cantou um poema

com o nome de

"Bella donna".

Única vez que meu

ego matou a si.

Única vez que desejei

ser dela como quem

deseja nunca morrer.

É como um ar que

sufoca quando

não há o que

respirar.

É um parto.

Quando a dor

força a sair

de dentro para fora

e a mãe cansa

de tentar.

O filho morre e

leva a esperança

de mudar

o cotidiano de quem

só teve espera.