terça-feira, 2 de outubro de 2012

UMA MOÇOILA DISTINTA

Observara com sutileza os arredores daquele ambiente. Cochichara consigo mesma, tamanha admiração pela atendente, escondida ao balcão. Seus pés,inquietos, a descreviam, exatamente, como se sentia : volúvel!

Mas como controlar os insanos pensamentos? Entregou-se a eles, ali,mesmo... Deixou-se envolver pelo o que pedia seu corpo: prazer. Cruzou as pernas,num ato singelo e roçando uma coxa na outra, conseguiu uma excitação transloucada, que lhe trazia uma plenitude de sensações.

Sem importar-se com o restante, fechou os olhos, delirando... Há tempo não tinha um momento daquele. Tomada pela imensidão do ápice, penetrou a mão por entre as pernas enquanto a repudiavam e foi, sem pensar ao orgasmo mais intenso que já tivera nos últimos meses.

Passando a mão,ainda suja de gozo, ouviu chamar seu nome. Era a próxima a entrar no consultório. levantou-se,numa elegância desdenhosa e encaminhou-se à porta de número 3. Lá, encerrou-se seus anseios. Deixou na sala de espera as agonias e preliminares retraídas. Começara uma nova fase em sua vida.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

ABRUSCAR

Deliarando entre um verso e outro,
penso em você.
Você, que rebela e fascina com seus pensamentos
bobos e dissimulados...
Rebusco calar, mas falho.
A falha, a mim, parece tortura!
Quão intensa tortura.
Você, nem sei se vive ou flutua...
Me jogo rumo ao seu vôo e me largo,
vagando sóbria em fantasia de tê-la.
Mas, se caio, como ando
outra vez?
E quem quer saber?
Se posso voar com você,
tampouco me interesso
aonde vamos pousar.
Quero mesmo, é sentir
o vento bater em nós,
assim, como quem não deve e
nem teme.

sábado, 30 de junho de 2012

ÁVIDO

Quanto encanto exalava! Sua fala, mais parecia música doce, daquela que se ouve e cala, só para sentir a melodia. Seus olhos, tímidos, mal buscavam os meus. Eu entendia algum tipo de perturbação ou desejo.

Ela não soube das explosões dentro de mim quando sua pele, por descuido, encostou na minha. Os segundos que passaram nesse contato, me prenderam à devoção de permanecer naquela posição todos os restantes segundos que me foram conferidos.

O seu sorriso, nossa... Que martírio querer entender aquela forma de sorrir! A paixão que desenhava seus labios, a vontade de sorrir minha boca na dela... A vontade de calar meus gritos com ela! Poesia. Sim, ela foi toda a poesia inventada e escrita. Ela foi, naquele instante, uma parte que faltava.

Mas se foi... Não sei para onde olhar. Não sinto mais o calor, ela o levou consigo e não a posso ver nem ter. Nem querer. Tapouco amar.


quinta-feira, 17 de maio de 2012

DESCOBERTA

Já é como se abrisse o céu sobre mim:

entendo o amor como nunca!
As suas formas e palavras soam aos meus ouvidos
como uma música que não se canta,
apenas toca.
Você, meu amor, me invade tomando os espaços
e cobrindo as falhas mal desenhadas.
Sou um ser que penumbra o horizonte esperando
o dia, para por fim,
entrelaçar-me em teus sorrisos.
Se o sol não mais me vier, sei que tenho a ti.